O Carnaval acabou sem o caminho na avenida e sem rumo na passarela. como tudo que é mundano, acabou vázio e sem cor. Descolorido e oco, como seu próprio sentido. Se é que alguma vez o seu sentido teve qualquer sentido. Nem sentido, nem razão tem o carnaval. Tem apenas um brilho pardo, uma alegria triste e uma beleza feia. O carnaval é um colorido incolor.
O carnaval acabou e a procura continua como as manhas e tardes. Como as estações, esta procura não tem encalço, nem paradeiro. Para que encalços e paradeiros? Essas paralelas inexistem quando buscamos a Deus de todo o coração. Em Cristo, as linhas da problemática humana se covergem. Somente o Calvário pode transpor os obstáculos geométricos e matemáticos de nossa procura. Mas, nesta procura tem que haver verdadeira busca. Busca que não se acomoda em sorrisos mudos, nem em surdos contentamentos.
O carnaval acabou. Passou na avenida, dissolveu-se na passarela da ilusão. Ilusão!Palavra batida e comum é esta. Creio, porém, ser a única suficientemente forte para sinonimizar o carnaval. Por que chamar outro termo ou convocar outro vocábulo? Qualquer expressão linguística alistada a descrever as loucuras de Momo, veste-se em pura ilusão.
Muito choro e ranger de dentes! é o que resta para a quarta-feira. Das cinzas, nenhum phoenix se levanta, porque somente os que servem a Deus renovam as suas forças como a águia. O que mais restará da quarta-feira? Nada! Da feira, não somente a quarta parte, mas o todo da alma humana foi comercializada. A honra foi vendida em vulgar liquidação. E, a vergonha, remarcada na mesma feira, onde as cinzas são a manufatura e o acabado produto de uma alegria que não permanece alegria.
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